Propriedade do segundo ciclo do café paulista, a partir do final do século XIX, a Fazenda São João foi uma das maiores produtoras da região no início do século XX, na época dos “coronéis” e da chamada “Política do Café com Leite”. A fazenda possui um conjunto de prédios antigos e preservados no entorno de sua sede, construída em 1895.
Todo o patrimônio funcional e histórico ligado à cultura cafeeira foi conservado pelos proprietários para a implantação do Museu do Café, como:
Casa sede de 1895
Antiga escola da fazenda
Terreiros de café
Secador
Tulha com sistema de trilhos para descarregamento do café
Máquina de seleção de grãos de café
Galpões
Celeiros
Equipamentos de plantio e colheita de café
Além do patrimônio físico da fazenda, o Museu do Café destina-se a resgatar e conservar a cultura caipira regional do passado e do presente, bem como os métodos e saberes relacionados ao plantio e ao cultivo do café, que fizeram as fortunas da época e colocaram o estado de São Paulo na liderança econômica do país.
Importância Ambiental
A Fazenda São João está em uma localização privilegiada do ponto de vista ambiental na região de Bauru. Ela está inserida na cabeceira do Alto Rio Batalha e nela nascem os córregos São João e Lagoa Dourada (parcialmente), dois dos seus quatro principais contribuidores. Essa característica ambiental e de localização torna a propriedade um ponto crucial na preservação dos recursos hídricos regionais.
Além disso, a fazenda faz parte de uma importante formação (uma crista de morros que atinge quase 900 metros de altitude), responsável pela divisão das águas que vertem para o Rio Batalha (afluente do Tietê) e para o Rio Turvo (afluente do Paranapanema). Esse divisor de águas é conhecido popularmente como “Serra da Jacutinga” e é uma formação geológica com características únicas na região, estendendo-se de Agudos a Bauru. Trata-se de uma área de proteção ambiental regida por uma lei estadual e outra municipal, da cidade de Bauru.
No local também são protegidos remanescentes importantes da vegetação nativa regional. Uma área de mata atlântica com aproximadamente 100 hectares é protegida na fazenda e podem ser observadas as formações florestais estacional semidecidual e decidual. Estas características conferem grande importância para a área e possibilita trabalhos de disciplinas relacionadas às ciências biológicas, agrárias e geografia. Para explorar este ambiente natural foram implantadas trilhas ecológicas com banners que permitem uma visão melhor da rica flora e fauna existentes. Os roteiros ambientais são monitorados e exploram temas relacionados à questão da água e da biodiversidade no contexto retratado.
Desenvolvimento Rural Sustentável, Agroecologia e Educação
O Museu do Café de Piratininga também idealizou um roteiro que trata do tema da segurança alimentar. O objetivo do roteiro proposto pelo museu é reaproximar as pessoas dos alimentos que consomem e das diversas formas de produção dos alimentos.
Esta proposta foi denominada roteiro “fazendinha” e permite que os alunos entrem em contato com animais de criação (vacas, leitões, galinhas e patos), além de propor um percurso que passa pela horta agroecológica e pelo viveiro de plantas nativas existente.
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