O café penetrou em São Paulo no início do século XIX, vindo da região de Vassouras (RJ), e atingiu rapidamente o centro-oeste do estado. Na metade daquele século, ele já era o principal produto comercial brasileiro, chegando a representar 3/4 do valor das exportações. A introdução das ferrovias, a vinda em massa de imigrantes e a disponibilidade de terras foram fatores decisivos para que o café se transformasse na fonte das maiores fortunas da época.

Na área de Piratininga (onde está o Museu do Café), a derrubada das matas para a produção de café começou na década de 1880. Os primeiros a chegar foram os bugreiros, encarregados de expulsar os índios Caingangues, que habitavam estas terras. As batalhas sangrentas que foram travadas para a desocupação indígena deram origem ao nome do principal rio que corta nossa região: o rio Batalha*. Depois vieram os mateiros, que tinham a tarefa de derrubar as matas onde as fazendas de café começaram a ser instaladas. Vetor (*dois dos formadores do Rio Batalha nascem na Fazenda São João)
A importância das Ferrovias na Ocupação do Interior Paulista
Com o café atingindo regiões cada vez mais distantes do litoral, o que era possível graças à abundância de terras de solo ainda virgem, as ferrovias surgiram para auxiliar a produção cafeeira já existente, tornando o transporte da produção com destino ao porto de Santos mais rápido, seguro e barato.
A estreita ligação entre o café e a ferrovia explica o fato de a maioria das estradas de ferro paulistas terem sido construídas com capitais levantados na própria província, entre pessoas ligadas ao café. É o caso das estradas de ferro Paulista*, Mogiana e Sorocabana, que foram organizadas e financiadas pelos grandes cafeicultores paulistas e seus aliados no comércio e governos locais. Outras pequenas ferrovias foram construídas na década de 1890, passando sobre as terras de grandes fazendeiros, com o objetivo de escoar a produção até o litoral.
Vetor: * A Companhia Paulista inaugurou sua estação em Piratininga no ano de 1905
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